sábado, 17 de setembro de 2016

SÍNDROME DO SALVADOR: A AJUDA QUE NÃO AJUDA



Existem pessoas, principalmente mulheres, que vivem sempre se ocupando e se pré-ocupando pelos demais( família, parceiro, questões sociais, animais...).Pessoas que embarcam em todo tipo de ajuda, podem parecer admiráveis num primeiro momento; porém quando vista com olhos psicodinâmicos, não são. Por isso as chamamos de "salvadoras". Porque se trata de neuróticos afetados por uma espécie de "síndrome do salvador".

A primeira coisa que observamos nelas é que tendem a esquecerem de si mesmas, não mostram contato com seu Ser interior, com seus verdadeiros sentimentos e necessidades. Geralmente se expressam com dificuldade porque ignoram o que sentem, e também sofrem de uma grande insegurança inconsciente por medo do abandono.

Por isso toda a sua vida é uma representação, são como acreditam o que os demais esperam que sejam. Priorizam as necessidades alheias sobre suas próprias, ainda que aparentemente lhes proporciona uma certa paz e bem-estar, no fundo acaba gerando também um grande ressentimento. Com seus exagerados sacrifícios (que inconscientemente vão contabilizando) nunca são o bastante correspondidos, seu rancor não diminui.

As pessoas salvadoras precisam prestar ajuda, mesmo que ninguém a peça, para criar dependências emocionais. São neuróticos superprotetores que antecipam o desejo dos demais, que assumem responsabilidade por eles, etc..., buscando assim serem valorizados, queridos, afirmar seu ego, seu narcisismo, etc.

De certo modo, tentam comprar amor. Mas, apesar das aparências, são pessoas que não deixam crescer seus "protegidos", porque precisa deles frágeis e indefesos para seguir sanando seus mal-estares íntimos com esse super "altruísmo".

O salvador, com sua inesgotável generosidade e sem saber olhar para suas próprias carências não pede ajuda para si mesmo, tende a estabelecer relações íntimas disfuncionais com outras pessoas ainda mais fragilizadas que ela, para "resgatá-las".

Por isso habitualmente se relacionam com pessoas infantis, viciados, atormentadas... Porém, como falamos, sabotará essas pessoas inconscientemente se essas pessoas tentarem crescer. Para o salvador é vital sentir-se necessitado. Não perder seu rótulo de "imprescindível".

A origem da síndrome do salvador, como em toda neurose, a encontramos na infância. Começa quando alguém da família (mãe, pai, irmão, etc.) por diferentes motivos conscientes ou não, força a criança a se comportar de um modo ou do outro como adulto, a responsabilizar-se de tarefas que não condizem com sua idade, a assumir os cuidados pelo bem-estar  físico e ou emocional daquela pessoa, etc.

A criança se vê obrigada então a renunciar a si próprio, a "adaptar-se" às necessidades dos demais se quer ser aceito, sem receber ele mesmo as atenções e o amor que tanto necessita... Se transforma, em outras palavras, em uma vítima de violência invisível. Alguém a que roubaram a infância.

Por isso o salvador tem baixa auto-estima e profundo sentimento de culpa. Se sente culpado  quando não consegue "fazer feliz" o outro. Tem medo de ser excluído ou castigado se não fizer o que deve fazer aos olhos dos demais (que se converteu em seus próprios olhos).

E, ainda que necessita de muito afeto e reconhecimento como não acredita que mereça, embora se os encontre terá dificuldade de aceitar e desfrutá-los. E, em muitas ocasiões, inclusive se incomodarão com isso. O salvador é um faminto que não sabe comer.

Portanto, de nada serve repetir a refeição aos salvadores- esses grandes doentes de esperança- que deixem de se esforçar em excesso pelos demais. É como insistir aos viciados que deixem de consumir drogas, etc. Tais são precisamente as únicas formas que, ao menos temporariamente, conhecem para resolver suas carências.



É fundamental que o salvador descubra suas dores emocionais e relações de dor "salvador-dor" não são frutos da casualidade ou de má sorte, e sim uma repetição de algo que aconteceu na infância, quando lutou desesperadamente para conseguir o amor da família tóxica mediante sacrifícios que nunca foi correspondido. Sem essa compreensão profunda, e as decisões práticas dela, a vida não será nada mais que um círculo sem fim de queixas e sofrimentos.


Texto de Olga Pujadas Armengol, emprestado de "Consejos del conejo".


Traduzido por mim, Romy Valente.

Eu sou Romy Valente: humana, pisciana, terapeuta, professora e aprendiz na vida. Trabalho com algumas técnicas terapêuticas que podem te ajudar a trazer consciência para os conteúdos que te bloqueiam na vida. Eu posso te ajudar!!!

Caso queira conhecer mais sobre meu trabalho, acesse meu site www.romyvalente.com.br
Para falar comigo, entre em contato pelas redes sociais ou Watsapp
@romyvalente
@terapeuta_casacolibri 
watsapp 💞 45. 99148 4323





Nenhum comentário:

Postar um comentário